O
que mais agrada aos educadores, é que as crianças se sintam perplexas,
envolvidas e estimuladas e que cresçam e se desenvolvam de uma forma saudável
em todo o contexto educativo. O que se verifica nessa educação é o facto de o
educador procurar e personalizar os meios, técnicas e intervenções realizadas
com as crianças, de modo a estas aprofundarem e desenvolverem os seus conhecimentos
e de estabelecerem a ligação entre o conhecido e o desconhecido.
PEDAGOGIA DE PARTICIPAÇÃO
Nesta
pedagogia fui buscar as áreas designadas por
áreas de aprendizagem, como: a área das expressões, a área dos jogos, a área
das construções, a área de faz de conta e a área da biblioteca, às quais se juntou também a área do acolhimento.
"É também central que os materiais pedagógicos transportem mensagens e criem oportunidades, sejam responsivos às diferenças, às motivações, aos ritmos, a cada identidade e ao grupo. Neste sentido, os livros, brinquedos, jogos, música ou canções deverão ser cuidadosamente escolhidos." (Formosinho & Araújo, 2013, p.17)
O
trabalho de projeto em creche inscreve-se nesta visão da
Pedagogia-em-Participação, em que se recusa o saber transmissivo e em que (...) se procura integrar a escola com a vida e fomentar a aprendizagem experiencial no quadro da vivência democrática". (Formosinho & Araújo, 2013, p.58).
"De facto, os projetos constituem arenas privilegiadas em que as crianças aprendem a escolher, a planificar, a agir, a documentar, a refletir, a avaliar e, sobretudo, a valorizar a criança como ser competente, criativo, detentor de teorias e saberes, e construtora ativa do seu conhecimento." (Formosinho & Araújo, 2013, p.59).
O
envolvimento das famílias também constitui uma parte intrínseca da abordagem
pedagógica da Associação Criança, no sentido de promover o seu envolvimento
ativo, e muito particularmente o dos pais, nas aprendizagens das crianças
(Formosinho & Araújo, 2013, p.68). Este envolvimento é concebido
enquanto crescimento em colaboração e participação, desde um momento inicial
focado nas perceções dos pais acerca do contexto educativo, passando pela sua
participação em atividades e projetos, pela educação dos pais no sentido da
compreensão dos processos de aprendizagem das crianças, até à celebração das
realizações (ibidem).
HIGH SCOPE
No
que se refere à abordagem High/Scope, a criação de um ambiente confortável e
seguro para crianças e adultos consubstancia-se como um princípio curricular
orientador da organização do ambiente físico.
A
criação de uma área onde as crianças possam expor as suas produções e, assim,
partilhar com os outros aquilo que realizaram, é também um aspeto a realçar,
uma vez que poderá fomentar a perceção de valor associado ao seu trabalho e
promover a autoestima.
A
abordagem High/Scope assinala também a relevância das lembranças agradáveis de
casa e de objectos aos quais a criança tenha particular apego, designados como
objetos de conforto, bem como a exposição das criações das crianças
Também
a organização temporal se deverá centrar na criança, sendo a organização das
atividades diárias em torno de um horário e de rotinas concebida como uma forma
de promover sentimentos de segurança, continuidade e controlo nas crianças. Para
prosseguirem esta intenção, os horários e rotinas diárias deverão ser
congruentes com dois princípios básicos: serem previsíveis, embora flexíveis, e
incorporarem permanentemente o conceito de aprendizagem ativa.
A
organização do dia em torno de acontecimentos diários regulares e rotinas de
cuidados aponta para uma organização do dia com um potencial para a
aprendizagem mais acentuado, integrando
o momento de chegada / partida (que marca momentos de transição entre o
ambiente familiar e a creche), o tempo
de grupo (dedicado a atividades planeadas e propostas pelo adulto), o tempo de escolha livre (dedicado ao
jogo e exploração pela criança do ambiente, de forma não constrangida e ao seu
próprio ritmo) e o tempo de exterior
(dedicado à exploração do mundo exterior). Ainda, o plano de organização
temporal proposto integra rotinas de cuidados, designadamente a hora das
refeições, o tempo dos cuidados corporais e o tempo da sesta, igualmente
reconhecidos no seu potencial para promoverem aprendizagens diversas.
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